18 de Fevereiro : 2 anos depois
Em 2008, no dia 18 de Fevereiro, morreu uma mulher no rio Jamor quando o carro foi arrastado pelas águas para o leito do rio. No carro estavam duas mulheres: a outra continua desaparecida.
Decorreram dois anos e nenhum projecto foi sequer apresentado para corrigir a situação.
Se hoje se voltasse a registar a mesma precipitação, as consequências poderiam ter sido as mesmas ou piores.
Projecto há, vontade de o pôr em prática é que não.
Sr. Jorosa, peço-lhe que confirme se o projecto de 2003 tem o parecer favorável do Igespar (devido ao aqueduto do Pendão até ao Palácio) e do INAG (devido ao rio Jamor).
Em conversações com o INAG fui informado que esse projecto já foi chumbado duas vezes, portanto, nunca avançou.
Entubar o rio Jamor como está nesse projecto não é uma solução, nem é uma solução a destruição do aqueduto subterrâneo. Para se resolver um problema criam-se vários.
O que se pretende nesse projecto é a construção de uma via rápida em pleno leito de cheia no meio de um vale.
Sr. Luís, como informa o projecto de 2003 foi chumbado pelo IGESPAR e pelo INAG, entretanto já vi outro projecto datado de 2006, referente ao trajecto da EN117 entre Belas e o Pendão (não sei se aprovado ou não) mas é aquele que está previsto ser executado.
Certeza que concorda comigo em que entre 2003 e 2010 já passaram anos suficientes para se arranjar uma solução. Por isso digo que há falta de vontade política para resolver a situação.
Julgo ser mais que necessário e urgente uma solução para o troço da EN117 entre Belas e Pendão (nem que seja a recuperação do existente, repavimentando a estrada, criando um espaço para passeio pedonal, demolição das casas em ruínas e consolidando o muro debaixo da CREL, melhorar a iluminação.
Só quem lá passa é que sente o perigo.
Pela informação que tive em 2008 do INAG, já dois projectos foram chumbados por aquela instituição. O segundo deverá ter sido esse. Curiosamente todos seguem a visão do presidente da Junta de Freguesia de Queluz que chama aos factos que conduzem ao chumbo "vicissitudes." É como chamar "vicissitudes" ao que aconteceu na Madeira este fim-de-semana: o que aconteceria em Queluz caso um projecto com esses contornos tivesse ido para a frente.
Por vezes as soluções acarretam maiores problemas e não vejo isso discutido com os factos, mas antes por palavras como "vicissitudes."
É claro que é "necessário e urgente uma solução para o troço da EN117 entre Belas e Pendão (nem que seja a recuperação do existente, repavimentando a estrada, criando um espaço para passeio pedonal, demolição das casas em ruínas e consolidando o muro debaixo da CREL, melhorar a iluminação."
Eu ainda digo mais: aqueles terrenos deviam ser expropriados como prevê a lei da água e o muro demolido. Pelo que percebi, foi a presença do muro e o seu desmoronamento localizado que levou a que a água apenas escoasse naquele local e arrastasse o carro. A água tem de escoar por algum lado, quando mais se dificulta esse escoamento, mais tragédias acontecerão.
No facebook do Cidadania Queluz foram descritas duas situações:
"Aliás já aconteceu em Novembro de 1967.Morreram várias pessoas afogadas no Jamor levadas pela corrente entre Belas e os Arcos de Queluz junto ao mercado tendo inclusivamente caído 2 prédios, cujas estruturas foram levadas pela corrente."
"e efectivamente a corrente do Jamor matou nesses prédios ao pé dos Arcos. Eu estudava em Massamá e uma aluna faleceu. Se fosse viva teria 53/52 anos. era minha colega.Foram umas cheias pavorosas. recordo-me mt bem do prédio que caiu…..para ir para Massamá para a escola não tínhamos caminho alternativo, por isso era doloroso passar por aí, diariamente…"
Pergunta: Por que é que a Câmara, o IGESPAR, o INAG, a ARH Tejo e a Estradas de Portugal não reúnem e traçam um conjunto de objectivos comuns e lançam a discussão pública?
Só encontro uma resposta: falta de acção da Câmara. Até aposto que a Câmara ao fazer um novo projecto isoladamente, ou vai ser chumbado novamente, ou vai passar com alguma ilegalidade detectada posteriormente. Depois ou fica a obra embargada com uma providência cautelar/tribunal ou fica adiada por mais uns anos para elaboração de um novo projecto.