«”Deu-me com a mão fechada um soco na cara que me apanhou o olho e o nariz e pôs-me a sangrar. Tive de ir de urgência para o hospital.” Maria da Conceição Fernandes, de 45 anos, auxiliar de acção educativa, foi a última vítima dos casos de violência que se têm vindo a suceder na Escola Básica 2,3 Ruy Belo, em Monte Abraão, Sintra.
A auxiliar foi agredida por um aluno de 13 anos, que frequenta o 5º ano, com antecedentes de mau comportamento. O aluno está suspenso preventivamente, a aguardar conclusão do processo disciplinar.
‘Ele estava a bater em três colegas de turma mais pequenos, miúdos de 10 anos. Eu estava no ginásio, na sala dos professores, e os miúdos fugiram para dentro da sala. Ralhei com ele, tentei fechar a porta da sala e ele respondeu: ‘Quem pensas que és, já que não levam eles levas tu.’’ Primeiro deu-me um pontapé na perna esquerda e depois o soco’, relatou ao CM.
O caso aconteceu dia 14 e a funcionária está de baixa até 3 de Fevereiro. A escola participou o caso à PSP e à Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo (DRELVT), tendo solicitado a transferência do agressor, que já esteve suspenso este ano lectivo. Revoltadas, as funcionárias estão a ponderar fazer greve de zelo no caso de o aluno regressar à escola.
O estabelecimento tem perto de mil alunos, muitos oriundos de famílias com baixos níveis económicos e de instrução.
60 SUSPENSÕES NO 1º PERÍODO
A sucessão de casos de violência e indisciplina levou a escola Ruy Belo a contratar dois seguranças e a criar um Gabinete de Intervenção Disciplinar (GID). ‘Todos os dias há problemas, ou são roubos de telemóveis e dinheiro ou agressões físicas e verbais entre alunos. Só no primeiro período já houve cerca de 60 suspensões’, conta Patrícia Jorge, professora de Educação Física e uma das responsáveis do GID, acrescentando: ‘Tentamos acompanhar os alunos assim que começam a dar problemas, levando-os a ter atitudes positivas. Mas precisamos de mais ajuda especializada porque muitas vezes é difícil mediar estes casos. Há só uma psicóloga que atende esta e outras escolas. É pouco.’ A professora lamenta ainda o facto de a escola ter ‘alunos a mais e funcionários a menos’ e de os pais ‘não poderem dar mais apoio’.»
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