No site do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações pode ler-se que “o Governo decidiu não efectuar qualquer actualização nas tarifas de transporte público em 1 de Janeiro de 2009, sendo o primeiro dos últimos 30 anos em que não existem aumentos nos preços dos transportes.”
O MOPTC entende ainda que “a evolução verificada nos preços dos combustíveis nos últimos meses permite agora absorver o efeito desse congelamento como ainda fazer face aos aumentos normais derivados da inflação, justificando desta forma a manutenção do tarifário”.
Segundo o Público, este novo congelamento dos preços não acarretará qualquer custo ao Estado devido ao valor reduzido dos combustíveis.
A verdade é que o governo chegou a anunciar o aumento em pelo menos a taxa de inflação, mas confrontado com a evidencia e com o eleitoralismo que já anda na rua, optou pelo adiamento. Encontrando-se os preços do gasóleo e da gasolina a valores superiores em 25% e 10% acima do preço real do crude – tomado em consideração o efeito do câmbio do dólar vs o euro – e, não podendo assacar mais as culpas só aos países produtores, o governo arrepiou caminho. De qualquer modo tendo presente que o peso do crude na composição do preço de venda ao público, andará pelos 30%, a grande fatia vai para os custos de transporte, de refinação, de distribuição e de uma série de margens, além dos impostos que revertem para o estado, os quais andam próximo dos 60%. Daí resulta que os grandes beneficiários dos aumentos de preços, os ganhadores acabam por ser as companhias petrolíferas e, obviamente, o estado, através do ISP e do IVA. Que se lixe o consumidor, incluindo os utentes dos transportes públicos!